TL;DR:
- Crescimento das plataformas de streaming: Apesar do crescimento do streaming, músicos ganham pouco por reprodução.
- Insatisfação com o modelo atual: Artistas criticam a falta de valorização e controle no streaming.
- Migração para NFTs e blockchain: Muitos estão usando NFTs para garantir royalties e direitos autorais.
- Inovações com Bitcoin Ordinals e Audionals: Protocolos como Audionals ajudam a inscrever músicas na blockchain do Bitcoin.
- Desafios e soluções para armazenamento: Espaço limitado na blockchain cria desafios, mas soluções Layer-2 prometem melhorias.
- Futuro da música descentralizada: Artistas e desenvolvedores apostam no blockchain para dar mais autonomia aos músicos.
O Que o Streaming Traz Para Músicos e Por Que Muitos Estão Decepcionados
A indústria da música digital explodiu com o streaming, plataformas como Spotify e Apple Music se tornaram o principal canal para se ouvir música. O problema? Muitos músicos recebem apenas centavos por cada reprodução. Em outras palavras, mesmo com milhões de streams, o retorno financeiro ainda é baixo para a grande maioria. Além disso, esses serviços centralizados acabam controlando a distribuição, gerando uma concentração de poder e dinheiro.
A Revolução do Blockchain: Músicos Buscam Autonomia e Remuneração com NFTs
Desiludida com o modelo tradicional de streaming, Zironi uma cantora e compositora italiana, começou a explorar novas possibilidades no universo dos NFTs. Ao publicar suas músicas como NFTs, ela não só garante mais controle sobre seus direitos autorais, mas também abre portas para uma remuneração mais justa, sem intermediários para tomar uma fatia do lucro.
Desde 2021, Zironi utiliza o blockchain do Bitcoin para lançar suas músicas, aproveitando o sistema de inscrições de Bitcoin Ordinals, que funciona como uma forma de armazenar suas músicas permanentemente na blockchain. Isso significa que sua obra permanece imutável, registrada digitalmente para sempre, e que ela pode negociar diretamente com fãs e colecionadores.
Bitcoin Ordinals e o Audionals: Novas Ferramentas Para Músicos no Blockchain
Recentemente, Zironi lançou a faixa “n0 0rdinary kind” diretamente na blockchain do Bitcoin. Com isso, ela encontrou um jeito de rentabilizar sua arte e engajar seus fãs em um formato exclusivo. Esse lançamento foi facilitado por uma inovação na área: o protocolo Audionals.
O Audionals foi desenvolvido por Jim Crane, um ex-produtor musical que enxergou o potencial do blockchain para a música. Esse protocolo permite que músicas sejam inscritas na blockchain de maneira eficiente, reduzindo a necessidade de intermediários e garantindo que o crédito vá diretamente para os músicos. Crane afirma que o blockchain oferece uma transparência inédita, essencial para o reconhecimento dos artistas e de seus colaboradores.
O Desafio do Espaço na Blockchain do Bitcoin
Um dos maiores obstáculos ao se inscrever músicas completas na blockchain do Bitcoin é o limite de armazenamento. Cada unidade mínima de Bitcoin, chamada de satoshi, tem um limite de 4MB, o que não é suficiente para arquivos de áudio de alta qualidade. Zironi, por exemplo, adaptou sua música para um formato mais compacto, com 600KB, mantendo a autenticidade, mas dentro das limitações da rede.
Para lidar com essa restrição, Crane e outros desenvolvedores estão explorando o uso de soluções Layer-2, que permitem processar dados de forma mais barata e rápida. Essas camadas secundárias funcionam como uma “extensão” da blockchain principal, aliviando a carga e possibilitando que mais dados sejam registrados a um custo menor.
O Futuro da Música Descentralizada: Mais Autonomia e Valorização para os Artistas
A descentralização está ganhando força no cenário musical, especialmente entre artistas que buscam mais autonomia. Para Zironi, o modelo descentralizado no Bitcoin é o caminho para um mercado de música mais justo e sustentável. Sem o envolvimento de grandes corporações, os artistas conseguem monetizar suas obras diretamente e preservar seus direitos autorais.
Jim Crane acredita que o Audionals pode se tornar uma ferramenta essencial para músicos que queiram explorar o blockchain. Ele vê o potencial do protocolo como um facilitador, abrindo a possibilidade de um mercado musical mais acessível e justo para todos.
Ainda assim, há desafios. Padrões comuns de interoperabilidade e acessibilidade ainda precisam ser estabelecidos para que a adoção seja ampla. Contudo, o cenário aponta para um futuro onde o blockchain e a música estarão cada vez mais entrelaçados, criando oportunidades únicas para artistas e colecionadores.